Estar insatisfeito com a própria vida é um
sentimento que a maioria de nós experimenta ou já experimentou em algum
momento. A insatisfação pode ter raízes muito mais profundas e geralmente está
relacionada a emoções como a frustração, a mágoa ou uma autoconfiança frágil.
Muitas vezes a projetamos em situações exteriores
de nossa vida – dificuldade financeira ou a não realização afetiva - e deixamos
de olhar com profundidade para nosso interior, e ai descobrirmos qual a sua
origem. Consequentemente criamos um padrão mental de reclamações e queixas que fortalece
ainda mais o ressentimento e a infelicidade com a própria vida.
A insatisfação causa irritabilidade, que por sua
vez, pode causar revolta, desanimo, apatia, ressentimentos e outros sentimentos negativos.
Por exemplo, estou muito descontente com meu
emprego, acordo sem vontade de ir trabalhar, estou desanimado, já fico de mau
humor só de pensar que tenho que ir trabalhar, mas vou levando e nem sonho em
mudar profissionalmente, porque para mim tudo é difícil, ou sonho demais, idealizo,
mas não concretizo nada.
De repente alguém diz que conseguiu o emprego de
seus sonhos, ai, vem o pior... Por que ele e não eu? O que ele tem que eu não
tenho? Por que Deus só olha para ele?
E por que isso ocorre???
Porque muitas vezes estamos “dormindo” na nossa existência,
não damos a devida atenção aos acontecimentos, às nossas emoções, às
necessidades que temos emocional, mental, física e principalmente espiritual.
“A autodepreciação é fator preponderante para a
infelicidade pessoal e para o relacionamento com outras pessoas, em razão do
desrespeito a si mesmo. Quem se subestima, supervaloriza os outros, fazendo confrontos entre si e os
demais de forma inadequada...”.[1]
E ai, queremos mudar de trabalho, viajar, acabar
com casamento, mudar os relacionamentos sociais.... E na verdade, o problema
não esta nos outros, mas enraizado em nós. Porque nossa autoimagem incorreta,
muitas vezes feita de autopiedade ou com autopunição, tornando nossa visão
defeituosa que altera a visão do mundo e das outras pessoas.[2]
Talvez a mudança de emprego, alterar a vida
conjugal e social possam contribuir para um despertar interior, que é muito
difícil. Há necessidade de coragem para modificar-se, despir-se e se olhar de
frente para perceber as qualidades e defeitos que todos temos.
Em qualquer lugar que estivermos, nosso universo
interior estará conosco. Podemos mudar de emprego, mas se não houver uma
mudança de perspectiva, de valores, iremos enfrentar os mesmos problemas em
pouco tempo.
A insatisfação é irmã gêmea do tédio, se temos uma
vida sem muitas atividades que nos dê prazer, nos entregamos totalmente a
ociosidade, não buscamos atividades edificantes para preencher nossos momentos;
criando, muitas vezes, campo propicio para a insatisfação, porque não teremos desafios que nos anime nas mudanças.
Joanna de Ângelis escreve que ao ignorarmos as inesgotáveis possibilidades que a vida nos oferece e a coragem de nos olharmos
com profundidade contribui para a insatisfação. Não colocamos nosso olhar na
possibilidade de conquista de novas oportunidades, achamos que tudo está feito
e terminado, nos entregando ao fatalismo que gera desmotivação para novas
conquistas.
Como podemos mudar esse estado emocional???
Aceitando as situações, isso quer dizer que somos
coniventes com tal coisa, mas que não nos rebelando teremos mais condições
internas (mental/emocional) de refletir sobre nossos incômodos e buscar, com um
olhar ampliado, as possibilidades de outras oportunidades de mudança.
No decorrer da existência nos condicionamos ao
comodismo, desesperança, insatisfação..., e nos adaptamos ao habitual, ou seja,
nos automatizamos. Enquanto nossa mente permanecer entorpecida não conseguiremos
identificar a finalidade existencial. Livrar-nos
de todos os resíduos de negativismo e antagonismo,
iniciando um novo ciclo de experiências de equilíbrio.
Portanto, precisaremos saturar nossa mente com
novos pensamentos de otimismo, esperança, desejos de conquista, da luz do amor,
do perdão, do bem. A medida que ampliamos o campo mental, mais facilmente
adquirimos novas aquisições psíquicas, que irá nos ajudar a nos livrarmos das
cargas negativas.
O auto amor e o reconhecimento de nossas
capacidades positivas são os melhores
caminhos para vencermos a insatisfação, para sairmos da mesmice em que estamos, para conquistarmos novos caminhos de êxito.
Sempre procurar a plenitude espiritual, não
importando o rotulo religioso, porque a comunhão com o Arquiteto do Universo e
que habita dentro de cada um, com certeza teremos mais confiança e determinação
de continuarmos em constante mudança para melhor.
Roselene Toledo
Psicóloga - CRP 06/98.530
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